Sim, é inegável que por muitos séculos, o cristianismo desempenhou um papel significativo na moldura da cultura antissexo que prevaleceu em várias épocas.
O catolicismo, com suas pregações centradas no celibato e na restrição das práticas sexuais, lançou uma sombra de austeridade sobre o sexo, transformando-o em algo quase exclusivamente destinado à procriação.
"O sexo deveria ser praticado apenas por uma fatal necessidade, cumprindo a função de povoar o mundo", afirma Dr. Peter Stearns, professor de história na Universidade George Mason, EUA, e autor do livro "História da Sexualidade".
Tal visão conduziu a uma percepção pejorativa em relação ao corpo e suas necessidades, colocando o prazer sexual em um patamar de estigma e condenação.
O espectro da luxúria, equiparado ao pecado da gula, servia como metáfora para o consumo excessivo - seja de alimentos ou de prazeres carnais.
Sob essa ótica, práticas sexuais que desviassem do convencional (a posição papai-e-mamãe) eram categoricamente classificadas como pecaminosas, ao lado da masturbação, do uso de contraceptivos e das relações sexuais fora do casamento.
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