O icônico filme 'O Diabo Veste Prada' (2006), que satiriza o mundo da alta moda, enfrentou desafios inesperados durante a produção.
A equipe responsável pelo longa, liderada pela roteirista Aline Brosh McKenna e pelo diretor David Frankel, encontrou uma série de obstáculos ao tentar trazer para as telas a realidade da indústria fashion, dominada pela poderosa editora da Vogue, Anna Wintour.
O medo de Wintour e a influência da revista de moda se mostraram barreiras para a equipe de produção. Muitos profissionais da moda se recusaram a colaborar como consultores, temendo represálias da editora.
Locações associadas à Vogue, como o Metropolitan Museum, que abriga o Met Gala, também negaram acesso à equipe, assim como residências de funcionários e colaboradores da revista.
"Tive dificuldade em encontrar alguém no mundo da moda para falar comigo porque as pessoas tinham medo de Anna e da Vogue, e não queriam ser rejeitadas", revelou Aline Brosh McKenna em entrevista à Entertainment Weekly em 2021.
A roteirista também contou que precisou ajustar os personagens do roteiro para torná-los mais complexos e menos idealizados, após receber o conselho de um consultor anônimo.
"Uma pessoa, cujo nome nunca divulgarei, falou comigo, leu o roteiro e me disse: 'Ninguém nesse mundo é bom demais. Não têm que ser e não têm tempo para ser. Depois disso, fiz um retoque para deixar todos um pouco mais ocupados e malvados", concluiu a escritora.
As dificuldades enfrentadas na pré-produção se estenderam às filmagens, com a equipe passando semanas à procura de locações adequadas.
"Mesmo em alguns dos edifícios de apartamentos icônicos, as diretorias dos edifícios não nos deixavam entrar", lamentou o diretor David Frankel à Entertainment Weekly.
Apesar dos desafios, o filme conseguiu reunir um elenco de estrelas, incluindo Meryl Streep no papel de Miranda Priestly, inspirada em Anna Wintour, e a supermodelo brasileira Gisele Bündchen.