Basta ouvir a expressão “solteirona” para evocar o antigo estereótipo de uma mulher na casa dos 40 anos, solteira e sexualmente inativa, que vive sozinha ou com alguns gatos, é bastante feia e muitas vezes um pouco amarga.
Um estereótipo que flerta com a imagem de uma bruxa.
Há décadas que as teóricas feministas questionam e criticam esta figura, cuja presença no nosso imaginário coletivo serve sobretudo como uma ameaça às mulheres que decidem não se casar ou se recusam a ser mães.
Se olharmos para a história destas representações, é difícil não nos depararmos com o romancista e dramaturgo francês Honoré de Balzac e a sua colossal A Comédia Humana, em que os retratos de solteironas se cruzam e se assemelham a ponto de constituírem um tipo social.
Um de seus romances é intitulado, inclusive,
Por que Balzac criou um “tipo” estigmatizado para mulheres solteiras de meia-idade?
Parece que o ponto de partida foi a sua aversão ao celibato, um estado que considerava “improdutivo” e “contrário à sociedade”.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar