"Os dedos da donzela iam e vinham em uma nebulosa de movimentos incompreensíveis, como pequenos vermes em uma nascente de água borbulhante."
Foi assim que o escritor romano do século 5 Marciano Capela imaginava a dama da Aritmética, uma "mulher de extraordinária beleza, que possuía a majestade de uma antiguidade nobilíssima", em "De Nuptiis", obra em que personificou as sete artes liberais.
Essa dança que Aritmética executava com as mãos era a arte complexa e altamente valorizada de contar nos dedos.
Na prática, aquela mesma habilidade que você aprendeu quando era pequeno e que provavelmente ainda usa de vez em quando, embora talvez de forma mais discreta.
A grande diferença é que enquanto hoje muitos de nós não contam além de 10, no passado apenas com os dedos das mãos se contava até 9.999 (e podia chegar até 1 milhão, colocando as mãos em certas formas em diferentes partes do corpo)
"Este sistema foi usado desde os tempos romanos até a Idade Média (séculos 11 a 13) em toda a Europa", Seb Falk, autor do livro "The Light Ages" ( ou "A Idade da Luz", em tradução livre para o português) e especialista em história medieval.
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