A Austrália, atualmente lar de cerca de 60 espécies de cangurus, wallabies e outros marsupiais saltadores, possui um passado marcado por uma diversidade ainda maior, com registros indicando até 50% mais variedades de animais.
Esse cenário, no entanto, foi drasticamente alterado no final do Pleistoceno, entre 65 e 40 mil anos atrás, quando 27 espécies de cangurus desapareceram.
Tradicionalmente, as mudanças climáticas desse período eram vistas como a principal responsável pela extinção dessas espécies, uma vez que a transição para um clima mais seco teria modificado a disponibilidade de alimentos, favorecendo ambientes abertos com gramíneas em detrimento de florestas densas e úmidas.
No entanto, um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Flinders, em Adelaide, e do Museu e Galeria de Arte do Território do Norte, em Darwin, desafia essa visão estabelecida.
A pesquisa revela que as dietas dos cangurus que habitavam a Austrália até o final do Pleistoceno eram muito mais variadas do que se pensava anteriormente.
Publicada na última quinta-feira, 9, na revista científica Science, a pesquisa sugere que a extinção das espécies pode não ter sido resultado das mudanças na oferta de alimentos, mas sim da chegada dos humanos ao continente.
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